É mais fácil se lembrar de um novo fato se ele for escrito em uma letra comum ou em letras grandes e grossas? A resposta: nenhuma das opções. O tamanho da fonte não tem qualquer efeito sobre a memória, embora a maioria das pessoas ache que maior é melhor. Já o estilo da fonte, esse faz diferença.
Uma nova pesquisa mostra que as pessoas retêm significativamente mais informação --seja ciência, história ou linguagem-- quando estudam em uma fonte que seja não só desconhecida, mas também de difícil leitura.
Num recente estudo publicado na revista "Cognition", psicólogos de Princeton e da Universidade de Indiana fizeram 28 homens e mulheres ler sobre três espécies de alienígenas -- cada um com sete características, como "possui olhos azuis" e "se alimenta de pétalas e pólen".
Metade dos participantes estudou o texto na fonte Arial tamanho 16, e a outra metade em Comic Sans MS ou Bodoni MT tamanho 12. As duas últimas são relativamente desconhecidas e mais difíceis para o cérebro processar.
Após uma rápida pausa, os participantes fizeram uma prova. Aqueles que haviam estudado nas fontes de leitura difícil obtiveram resultados melhores do que os outros --em média, 85,5% a 72,8%.
Para testar o conceito na sala de aula, os pesquisadores conduziram um grande experimento, envolvendo 222 alunos numa escola pública de Chesterland, Ohio.
Um grupo recebeu todo seu material complementar para os cursos de inglês, história e ciência alterado para uma fonte incomum, como a Monotype Corsiva. Os outros estudaram com o material de sempre.
Após o término das aulas, os pesquisadores avaliaram os exames relevantes de cada sala. Conclusão: alunos que usaram o material com letras estranhas tiveram resultados significativamente melhores do que os outros, em todas as disciplinas --particularmente em física.
Ou seja, aqueles alunos relaxados e sem capricho, que passam a maior parte do tempo zoando na sala de aula, quando conseguem ler aquilo que escreveram, simplesmente aprendem melhor do que você que se dedica na caligrafia. Será justo isso, será que Deus errou na sua criação?
Acho que não, pois existe uma outra pesquisa que diz que quem faz leitura dinâmica não aprende tão bem quanto aqueles que lêem normalmente. Esta pesquisa fundamenta-se no fato de os olhos armazenarem no máximo 500 palavras por minuto, ou seja, se você lê 1200 palavras p/minuto em leitura dinâmica, significa que perdeu o conteúdo de 700 palavras. Sendo assim, quem lê muito rápido (coelho) não aprende tanto quanto quem lê normalmente (tartaruga).
Portanto, os olhos funcionam como uma câmera fotográfica, quanto mais você focaliza uma determinada imagem, mais ela fica gravada em seu cérebro.
Sendo assim, o motivo que levou os alunos que usaram material com letras estranhas a apresentarem um melhor desempenho nas provas foi justamente o fato de despenderem maior tempo na leitura em relação aos outros que recebram material normal.
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